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segunda-feira, 8 de novembro de 2010













As Pombas








Vai-se a primeira pomba despertada... 

Vai-se outra mais... mais outra...

enfim dezenas 
D
as pombas vão-se dos pombais,
apenas
 Raia sangüinea e fresca a madrugada. 
E
 à tarde, quando a rígida nortada Sopra,

aos pombais, de novo elas, serenas,

Ruflando as asas, sacudindo as penas, 

Voltam todas em bando e em revoada... 

Também dos corações onde abotoam 

Os sonhos, um a um, céleres voam, 

Como voam as pombas dos pombais; 

No azul da adolescência as asas soltam, 

Fogem...

Mas aos pombais as pombas voltam, 

E eles aos corações não voltam mais.


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